“Alguns gregos que tinham vindo a Jerusalém para assistir à Páscoa fizeram uma visita a Filipe, e disseram: Queremos ver a Jesus.” João 12:19-20
Essa história me impressiona não pelo evento mas pelo contexto relatado nos versículos 21 a 36. O contexto é o seguinte:
Filipe procurou André que por sua vez foi falar a Jesus o desejo dos gregos. Em seguida Jesus fez um dos discursos mais bonitos e contundentes de seu ministério. Nesse discurso ele disse: “Chegou a hora de voltar a glória do céu”
“Eu vou morrer mas minha morte produzirá muitos frutos”
“Se vocês amarem sua vida aqui em baixo, perderão a vida real”
“Quando Eu for levantado (na cruz), atrairei todos a mim”
E a voz de Deus foi ouvida no céu para abalizar o discurso feito por Cristo, quando Ele disse: “Ó Pai, o Senhor pode glorificar e honrar o Seu nome.” A voz de Deus foi ouvida dizendo: “Eu já fiz isso e o farei outra vez.” Então Jesus disse a multidão: “A voz foi para o bem de vocês e não para o Meu”.
A grande pergunta é: porque o desejo dos gregos de verem a Jesus desencadeou a fala de Cristo sobre sua morte e missão, e ocasionou a segunda vez que a voz de Deus foi ouvida pela multidão no ministério de Cristo (a primeira foi no batismo). Afinal essa não era a primeira vez que alguém desejava uma entrevista com Jesus.
A resposta nos leva a refletir sobre quem eram os gregos e o significava para um grego ir a Jerusalém e dizer : Eu quero ver a Jesus.
Os gregos apesar de terem perdido o império militar para os Romanos, ainda eram os donos do conhecimento filosófico. Eram considerados um povo sábio, completo intelectualmente e com uma crença religiosa “sofisticada” cheia de deuses e seres místicos.
Para um grego deixar sua terra e ir para Jerusalém, ele teria que se “rebaixar” ao reconhecimento de que sua crença era inferior a de um povo dominado pelos romanos, como eram os judeus na ocasião. Praticamente tudo o que os gregos criam estava em contraste absoluto com as crenças bíblicas de Cristo.
Mas essa não era a única humilhação pela qual eles passariam se fossem a Jerusalém, era proibido que os gregos assistissem as festas religiosas no templo, eles teriam que se contentar em ouvir o que fosse possível no pátio do gentios, que na época servia mais como local de comércio do que de culto.
Todo esse contexto levou a reação do Pai e do Filho.
A questão era: todos querem ver a Jesus, mas a que custo?
Hoje você pode dizer: eu quero ver a Jesus.
E a resposta dEle será: Tudo bem meu filho então acorde de madrugada para que possamos passar mais tempo juntos a cada dia.
Poderá ser também: mude seu estilo de vida (comer, descansar, exercitar, assistir, navegar, etc.). Pois o seu estilo de vida atual está destruindo sua mente, que é o canal de acesso entre Mim o Homem.
E suas respostas (ou atitudes) demonstram que você apenas quer ver a Jesus, mas que essa experiência não tenha nenhum custo.
Os judeus (assim como os adventistas) não tinham que passar por toda uma mudança cultural e religiosa para aceitar a Jesus, e mesmo assim não estavam dispostos a aceitá-lo. Por isso a voz do Pai era, segundo Jesus, mais uma chance do céu para que eles reconhecessem o convite de Deus.
O que impressionou Jesus naquele evento foi a disposição dos gregos, que não tinham nenhuma facilidade ao seu favor, de vê-Lo. E a dureza dos judeus, que tinham tudo ao seu favor, e mesmo assim não estavam dispostos a abrir mão simplesmente do preconceito, para ter um encontro com Cristo.
Do que você está disposto a abrir mão para ter um verdadeiro encontro com Cristo?
“Muitos entre os líderes judaicos, criam que Ele era o Messias, mas não declaravam isso a ninguém por causa do medo que tinham de serem expulsos da sinagoga (o lugar em que os gregos nem poderiam entrar). Pois eles gostavam mais do louvor dos homens do que do louvor de Deus” João 12: 42-43. Parênteses acrescentado.
Todos querem ver a Jesus.
A única questão é: “Com que intensidade?”
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