Tenho visto com alegria o grande interesse que a igreja tem tido por nossas crianças, como tem crescido a ênfase em formar uma igreja saudável espiritualmente, crendo que somos salvos unicamente pela graça de Jesus Cristo. Espero com ansiedade ver essa nova geração de membros equilibrados e preparados para o encontro com o Senhor nos ares.
Mas existe uma palavra que deve ser cada vez mais entrelaçada a doutrina da graça, essa palavra é: Serviço. Ellen White nos declara: “O propósito de Deus para com os filhos que crescem em nossos lares, é mais amplo, mais profundo, mais elevado, do que o tem compreendido a nossa visão restrita... de toda parte deste nosso mundo, vem o clamor de corações feridos em seu anelo de conhecimento do Deus de amor...recai sobre nós, os que recebemos este conhecimento, e sobre nossos filhos, a quem o podemos comunicar, atender ao seu clamor” Educação, págs. 262 e 263..
Temos ensinado sobre um Deus maravilhoso que nos ama completamente, que fez tudo que era necessário para nos dar “vida em abundância” (João 10:10), porém os pais devem unir-se a igreja no ideal de ensinar também que esse conhecimento deve-nos levar ao serviço, a comunicar essa verdade a um mundo que é um grande hospital cheio de pessoas sem paz e deprimidas por não saberem que são amadas, não pelo que possuem ou por sua aparência, mas incondicionalmente.
Esses dois ensinos associados: a graça e o serviço, vão formar uma igreja não apenas de professos cristãos sem entrega e compromisso, mas um povo certo de sua salvação e ao mesmo tempo cheio de amor e lealdade para com Cristo e os semelhantes. A graça como é descrita na Bíblia nos toca o coração com o amor de Cristo por nós e “ no coração tocado por seu amor, ter-se-á gerado o desejo de trabalhar por Ele... quer no lar, quer na vizinhança ou na escola, a presença dos pobres, aflitos, ignorantes ou infelizes, deve ser considerada não como uma desgraça, senão como uma preciosa oportunidade para o serviço que se nos oferece” Ibidem, pág. 268.
Tive o privilégio de crescer em um lar com uma clara visão da graça maravilhosa e isso tem feito uma incrível diferença em minha vida e ministério, e junto com esse ensino da graça de Deus, cresci vendo minha mãe levar a mim e a meus dois irmãos várias noites por semana para dar estudos bíblicos a diversas famílias. Eu não entendia nada do que acontecia ali, mas fui crescendo nesse ambiente. Via minha mãe ser chamada de diretora missionária da igreja e também via que várias pessoas que estudavam a bíblia com ela eram batizadas, na época eu não conseguia entender porque cada vez que minha mãe presenciava uma pessoa sendo batizada ela chorava.
A medida que eu fui crescendo comecei a entender o que se passava no coração da minha mãe e comecei a sentir o chamado de Deus para experimentar em minha vida o que ela já sentia a anos. Lembro do brilho nos olhos dela quando eu lhe falei que estava sentido Deus me chamar para ser um ministro em tempo integral, lembro do abraço e da conhecida lágrima nos olhos. Tive a alegria de me formar e receber os conselhos e ajuda de minha mãe por um ano e meio de meu ministério. Então em março de 2004, descobrimos que aquela mulher tão cheia de vida estava com um câncer que a levou a morte em 27 de julho de 2004.
No dia do sepultamento, quando voltamos para casa a campainha tocou, meu pai foi atender e a porta estava uma senhora que ainda não estava sabendo do falecimento da minha mãe e estava ali para visitá-la. Meu pai explicou-lhe que ela havia dormido no senhor e que havia sido sepultada a meia hora atrás. Aquela senhora em lágrimas disse: eu devo muito a dona Antônia eu não tinha paz com meus filhos e no meu casamento e quando ela me falou de Jesus e da bíblia, tudo melhorou na minha vida. Essa experiência nos mostrou que a vida de minha mãe teve um propósito, mas por vários dias perguntamos a Deus porque uma serva tão dedicada e com tantos planos para obra estava deixando a seara tão cedo.
Então alguns dias depois encontramos uma carta que ela havia escrito, nessa carta entendi o efeito que a graça unida ao serviço fazem na vida de um cristão em momentos difíceis. A carta nos dizia:
“Estou preocupada com a reação dos médicos com meus exames. Se der tudo errado lembrem-se: Vocês conseguiram fazer-me muito feliz. Meu marido e meus filhos foram um presente que Deus me deu. Sei que não vai ser fácil, mas apenas fui na frente, quero abraçar vocês... eu os amo muito.
Sinto que ressuscitarei, pois isso não depende de mim, e sim daquele que mais amo, meu senhor e salvador Jesus Cristo. Quem lhes afastará do amor de Deus ? Ate lá. Sê forte e corajoso. Não deixem que nada os afaste desse caminho. Amo a minha família espiritual.”
Recebi várias lições lindas de minha mãe, mas a maior herança que recebi dela foi o ardente desejo de levar pessoas a ter um encontro pessoal com Cristo e decididas estarem no céu, como ela decidiu.
“Anime e auxilie a juventude ao seu cuidado a obter preparo para unir-se as fileiras” Ibidem, pág. 271.
Primeiramente obrigada por esta postagem.Quando voce esteve aqui conosco não valorizei o seu trabalho, mas nunca é tarde para lhe dizer que voce nasceu para o ministério de Cristo... nunca deixe ninguém dizer ao contrário. Não tenho uma profissão, mas tenho uma missão que é de levar meus filhos aos pés de Jesus. Gostaria de ter conhecido sua mãe, teria aprendido muitas coisas com ela....Pastor sua mãe andava com Cristo...amei a carta que ela deixou, faço dela as minhas palavras para os meus filhos. Deus abençoe ricamente seu ministério e sua familia. São votos de uma irmã que passou admirar seu ministério. Ps: assisti sua participação em Lições da Biblia. Grande abraço. Vania Ferro
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